Ansiedade

Nem tudo na vida precisa de uma solução imediata. As emoções são, por natureza, transitórias — vêm e vão. A chave está em aprender a respirar, a voltar ao presente e a concentrar-nos no que é verdadeiramente essencial. Este não é apenas um conselho, mas um ciclo fundamental: ou curamos as nossas feridas ou arriscamo-nos a repetir os mesmos padrões.

Um sono reparador é um pilar deste processo, funcionando como uma limpeza profunda para a mente. Sem este descanso, os “resíduos” mentais acumulam-se, podendo levar a falhas de memória, dificuldade de concentração e a um aprendizado comprometido. E quando a ansiedade se instala de forma prolongada, o desgaste físico intensifica-se, aumentando os riscos para a saúde no geral.

A nossa mente pode ser comparada a um jardim, onde cada pensamento é uma semente com o poder de florescer ou de sufocar o crescimento. Tudo depende da semente que regamos.

Transformarmo-nos, portanto, não significa apagar o passado ou o futuro. Significa, sim, aceitarmo-nos com plena consciência de quem somos. Muitas vezes, mesmo quando fazemos tudo aparentemente certo, o nosso coração (a intuição) começa a pensar demais, e a nossa mente (a razão) a duvidar. O ritmo acelerado do dia a dia intensifica este conflito interno, fazendo-nos vibrar na frequência da desconfiança. Dessa insegurança, nasce o medo de falhar, a ansiedade cresce e o desespero instala-se.

Esta sensação de paralisia interior é, na realidade, um sinal de que estamos a tentar realinhar-nos internamente. O problema é que, muitas vezes, não conseguimos perceber esse processo. Não relaxamos, não ouvimos o silêncio e o coração não se acalma.

Torna-se, por isso, vital sair desse turbilhão de pensamentos. Cultivar a alegria, alimentar pensamentos positivos e reconectar-nos com o que genuinamente gostamos são ações que acalmam a nossa frequência interior. Neste processo, o silêncio torna-se essencial — é no silêncio que nos conseguimos ouvir. Caminhar, sonhar, reagir: tudo isto ganha um novo significado. A nossa melhor versão constrói-se a partir de dentro, a partir da nossa liberdade interior. Tudo o resto pode ser mera encenação. É uma lei da atração simples: a nossa vibração pessoal atrai a nossa tribo.

Curar a ansiedade é, assim, o primeiro passo para enxergarmos com clareza. É crucial fazer distinções: atenção não é amor, apego não é conexão e conformarmo-nos com o mínimo nunca será suficiente. Só quando estamos curados é que as nossas relações podem fluir a partir do amor, e não como um desvio do sofrimento para a dor. Caso contrário, a dor torna-se inevitável e o sofrimento transforma-se numa escolha — uma escolha inútil, que não nos devolve o que já não faz sentido carregar. Não devemos castigar-nos. A paz nunca foi algo que se encontra por acaso; é uma decisão que se conquista com prática diária.

Sob este ponto de vista, a vida, em si, não dói. O peso que carregamos é uma construção interna, não uma característica do mundo. Por isso, o sofrimento é uma resposta, não uma condição obrigatória. O desapego gera liberdade. A dor que sentimos não é um castigo, mas um alerta — um sinal que nos guia em direção à nossa própria paz e libertação.